O médico e especialista em Inteligência Artificial pela USP, Gláucio Nóbrega, fez apresentação sobre a “Inteligência Artificial: A Revolução da Tecnologia que Mudou o Presente e o Futuro do Mundo” para gestores da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PB), da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado, da Secretaria de Segurança e Defesa Social e da Codata (Companhia de Processamento de Dados da Paraíba).

O gastroenterologista Gláucio Nóbrega, que liderou a criação da Sociedade Paraibana em Inteligência Artificial em Saúde, pioneira no País, acabou de receber o certificado da Harvard Medical School, uma das melhores Universidades do Mundo, sobre o curso “Liderando a Transformação Digital na Área da Saúde”. Em sua apresentação aos gestores, ele detalhou o cenário atual da Inteligência Artificial (IA) com os impactos nas diversas a áreas como força transformadora, o seu rol de benefícios no uso como política de Estado, além do volume de trilhões de dólares que estão sendo investidos em IA no mundo, que levarão a fortes mudanças na presente era e no futuro dos países.

IA COMO FORÇA TRANSFORMADORA – “A Inteligência Artificial no mundo no campo de estudo multidisciplinar é a força transformadora no século 21. Para tanto, precisamos de uma cultura de transformação digital e de uma política de Estado. Cerca de 90% dos dados da IA foram produzidos nos últimos dois anos e um terço deles é da área de saúde”, frisou Gláucio, que estuda a Inteligência Artificial e seus impactos na área da saúde há alguns anos, trazendo em seu currículo duas especializações sobre IA: uma na USP e outra em Harvard.

POLÍTICA DE ESTADO – Para colocar a Paraíba como referência entre os estados do País, Nóbrega defende que a “IA seja uma política de Estado em todos os segmentos (saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, turismo, fiscalização dos tributos, combate às fraudes e no combate ao desperdício). Atualmente, há uma cultura forte no mundo corporativo em tomar decisões apenas com base em dados, como forma de ser muito mais assertivo nas decisões. Sabemos que a IA tem como pilar central o uso de dados. Nesse sentido, a tomada de decisão com base em dados de forma mais assertiva na alocação dos recursos do setor público, que tem orçamento limitado para tantas demandas sociais e de investimentos, seria fundamental, daí a importância do uso da IA. Contudo, precisamos antes capacitar e criar uma cultura de transformação digital no setor público para que essa nova geração de gestores públicos e de líderes faça uso contínuo da IA para a tomada de decisão. Na verdade, a ideia é transformar a IA numa ferramenta facilitadora do desenvolvimento do Estado da Paraíba, mas servindo como um grande guarda-chuva para as tomadas de decisões nas diversas áreas e ações do governo”, apontou.

Para tanto, o especialista em Inteligência Artificial defende o envolvimento e a mobilização das diversas instituições como poderes públicos, universidades, institutos federais, estaduais, entidades de classe, iniciativa privada, líderes empresariais como forma de desenvolver uma cultura de inovação e de transformação digital no Estado da Paraíba.

SEFAZ COMO EXPERIÊNCIA EXITOSA – Gláucio Nóbrega citou a experiência exitosa no Estado da Paraíba de uso da IA como, por exemplo, a do "Sistema Cacto" de Fiscalização da SEFAZ-PB, mas há também outras experiências bem sucedidas na área de saúde, em laboratórios de universidades e também na iniciativa privada que podem tornar a Paraíba “um HUB de conhecimento da Inteligência Artificial. Temos muitos talentos no Estado e nas nossas universidades, por isso precisamos nos voltar para promover uma política de Estado que direcione as novas profissões para a transformação digital e o uso da IA. Para isso, a democratização do acesso ao conhecimento, a ética e a capacitação voltados para o uso na ‘Era da IA’ são fundamentais. Precisamos hoje preparar essa nova força de trabalho para esse novo mercado e essas novas profissões. Eu repito e venho insistindo nisso: o Brasil já foi colônia, mas nós não podemos nem devemos ser colônia digital", alertou.

PROCESSO LENTO E GRADUAL – Mesmo sendo um entusiasta desse movimento, Gláucio Nóbrega entende que esse processo de transformação será lento e gradual. “A minha especialização na USP foi uma revisão na literatura do uso da IA no processo decisório da alocação de recursos públicos do País e as experiências ainda são pontuais e isoladas", lembrou.

AGREGAÇÃO DE CONHECIMENTO – O secretário de Estado da Fazenda (SEFAZ-PB), Marialvo Laureano, que fez o convite ao médico e especialista Gláucio Nóbrega para fazer a apresentação na Sala de Reuniões do Gabinete da Fazenda Estadual aos gestores do Estado, elogiou o domínio do tema do especialista em IA, classificando a apresentação como sendo a "de agregação de conhecimento e de conscientização da importância da utilização da Inteligência Artificial nos governos e na sociedade”, destacou.

USO DA IA NA SEFAZ-PB – Segundo Marialvo, a SEFAZ-PB já faz uso da IA em alguns sistemas como é o caso do Sistema Cacto, um dos mais inovadores do País na fiscalização de mercadorias em trânsito; no Aplicativo Preço da Hora, e no uso de mineração de dados. “Ainda temos muitos outros projetos que estão sendo desenvolvidos dentro do Programa do PROFISCO, que vão fazer uso da IA numa parceria de transferência de tecnologia que fizemos com a Universidade Federal da Paraíba, por meio da Fundação de Tecnológica e Cultural da Paraíba (Funetec). A ideia é fazer uso cada vez mais da IA em nosso trabalho cotidiano, como forma de sermos mais assertivos nas tomadas de decisões e, ao mesmo tempo, mais eficientes, eficazes e efetivos em nossas ações”, afirmou.

Além da presença dos gestores da Sefaz-PB na apresentação, Marialvo agradeceu a presença de gestores de outras pastas como foram o caso do secretário de Planejamento e Gestão, Gilmar Martins, do Secretário adjunto da Segurança e da Defesa Social da Paraíba, e do gerente de Tecnologia da Informação, Fabiano Vieira, e do presidente da CODATA, Giuseppe Guido.